domingo, 27 de agosto de 2017

TOP 10 - Filmes Com Invasão Domiciliar

 

Os filmes sobre invasão domiciliar têm ganhado cada vez mais espaço no cinema. Hoje, eles já podem ser enxergados como um gênero que é muito explorado, sobretudo, pelos filmes de suspense e terror.

A intenção foi elencar 10 tramas que se destacaram nesse gênero, e que tenham um generosa pitada de medo e tensão. Existem diversos outros que merecem seu lugar ao sol, mas que ficarão para uma outra postagem. 

Essa listinha é beeem "eclética". Sim, temos para todos os gostos - dos mais clássicos aos mais pipocões. 


10 - Intruders (2016)


O longa conta a história de Anna Rook (Beth Riesgraf), uma jovem que sofre de agorafobia - mais conhecido com medo de sair de casa. Quando a residência dela é invadida por intrusos, ela terá que enfrentar de frente seu pior pesadelo ao tentar escapar.


Intruders entra na categoria do "vale pelo entretenimento" e por essa razão, deve ser visto sem grandes pretensões. Já aviso aos navegantes que existem alguns furos no roteiro, pois acontecem coisas que ficaram meio inexplicadas. O fato é que filme possui um argumento bem forte, que poderia ser melhor executado, mas isso não impede deixá-lo interessante.


09 - Mártires (2008)


Tem estômago forte? Então tudo bem, pode seguir em frente.

Lucie (Mylene Jampanoi) uma garota de 10 anos, esteve desaparecida por um ano quando é finalmente encontrada numa estrada. Louca e desorientada, ela não consegue contar o que aconteceu.


Seu corpo apesar de maltratado não tem indícios de violência sexual, então é levada a um hospital onde se afeiçoa a outra garota chamada Anna (Morjana Alaoui), que passa a cuidar dela e estreitar os laços de amizade, para que supere a experiência traumática que viveu.


15 anos depois, Lucie está completamente fora de controle, em busca dos responsáveis por todo aquele sofrimento e envolvendo Anna em acontecimentos com consequências imprevisíveis.


08 - Você é o Próximo (2012)


Crispian Davison (AJ Bowen) resolve levar a namorada Erin (Sharni Vinson) para celebrar o aniversário de casamento de seus pais. Tudo corria bem até que um grupo de assassinos misteriosos, usando máscaras de animais, resolvem envolver a família em jogo monstruoso e mortal. O que os matadores não esperavam era que uma das vítimas tivesse um talento secreto e inesperado para reagir à altura.


07 - Hush - A Morte Ouve (2016)


Maddie Young ( Kate Siegel) perdeu a audição quando adolescente e desde então vive um lugar isolado da civilização. Tudo ia bem até que um assassino psicótico aparece mascarado em sua janela. 
Ela deve ultrapassar todos os limites físicos e psicológicos para sobreviver a pior noite da sua vida.

Filmes que se passam em casa isoladas, tendem a gerar muita tensão. Hush é despretensioso, bem montado e conta com uma protagonista com a qual temos empatia desde o primeiro momento.


06 - Enquanto Você Dorme (2011)


César (Luis Tosar) é um zelador amargurado, que se incomoda com a felicidade alheia. Ele é dono de uma mente doentia, mas consegue carregar a máscara de bom sujeito. Obsecado por Clara (Marta Etura), moradora do prédio, ele começa a fazer uma série de visitas noturnas ao apartamento da moça, num jogo perigoso e angustiante.


Único espanhol da lista, Enquanto Você Dorme é um filme muito interessante. A narrativa é do ponto de vista do protagonista e é feita de uma forma brilhante.


05 - Uma Noite de Crime (2013)


Com o seu sistema prisional entrando em colapso, o governo norte-americano cria uma nova lei, onde será permitida a matança e todas as atividades ilegais, durante um período de 12 horas. Nesse primeiro filme (são três), durante o período do chamado expurgo, uma família tenta se proteger do ataque de um invasor.

De fato que a massa crítica saiu falando mal à beça desse filme. Mas se estamos num top 10 de filmes sobre invasão domiciliar, Uma Noite de Crime está no lugar certo!


04 - Them (2006)

 

Clementine (Olivia Bonamy) e Lucas (Michael Cohen) são franceses que moram na Romênia, em um casarão afastado da cidade. Durante uma noite, eles são perseguidos e atacados por assassinos impiedosos. A identidade desses psicopatas deixarão todos estarrecidos.


Esse filme é baseado em uma história real. Mesmo com baixíssimo orçamento, a dupla de diretores David Moreau e Xavier Palud conseguem provar que é possível fazer uma história assustadora e cheia de tensão, mesmo sem grandes efeitos visuais ou sangue.

03 - Um Clarão Nas Trevas (1967)


Uma boneca recheada de heroína é a razão desta trama que envolve Roat (Alan Arkin), um frio assassino psicopata, e Susy (Audrey Hepburn), uma moça que ficou cega e ainda não aprendeu a viver na escuridão. Seus caminhos se cruzam em uma noite de medo e agonia, onde a escuridão é a única chance de fuga para Susy.

O mais antigo da lista, Um Clarão Nas Trevas é um filme que merece ser visto com uma boa dose de entrega. Essa trama quebrou definitivamente os esteriótipos dos outros filmes da Audrey. Linda e perfeita na atuação.

02 - Violência Gratuita (1997)


Uma família em férias numa casa a beira de um lago é surpreendida por dois jovens psicopatas. Eles mantêm mulher, marido e o filho como reféns, submetendo-os a um jogo de perversão, violência e humilhações.

Esse filme é uma porrada e já aviso que é preciso ter o estômago preparado para levar um soco. Conheço muita gente que não conseguiu ver até o final. Mas, se puder, tome um chá de camomila e não deixe de assistir a essa obra incrível do mestre Haneke.


01 - Os Estranhos (2008)


Kristen (Liv Tyler) e James (Scott Speedman) estão esperando por um final de semana de descanso na casa de campo da família, mas a estada deles é perturbada. Primeiro, uma mulher misteriosa e perigosa chega ao lugar enquanto James está fora. Quando ele retorna, ele acidentalmente mata seu amigo Mike, confundindo-o com um intruso e, então, o verdadeiro perigo aparece na forma de três torturadores mascarados, deixando Kristen e James lutando para sobreviverem.

Os Estranhos - remake de Them (2006) - chega em primeiro lugar nessa lista, pelo simples fato de despertar meu interesse pelo gênero após vê-lo. Então rola um carinho especial. 

Quer curtir esse filme? É só se desvencilhar de um olhar mais críticos para os clichês e tudo ficará bem! 

























terça-feira, 23 de maio de 2017

Eu, Daniel Blake: um filme sobre a reconquista da dignidade

I, Daniel Blake (2016)
Dirigido por Ken Loach


Daniel (Dave Johns) é um carpinteiro de meia-idade, viúvo e sem filhos. Trabalhador honrado e de larga experiência, ele é forçado a um repouso temporário, após sofrer um ataque cardíaco.

Sem renda, Daniel Blake começa uma via crucis em busca dos auxílios a que tem direito. Nesse árduo caminho, conhece Katie (Hayley Squires), uma mãe solteira que também está passando por maus bocados.

Vencedor do Festival de Cannes 2016 e do BAFTA 2017 de melhor filme britânico, o longa mostra como um sistema previdenciário burocrático e precário pode levar o ser humano ao subsolo da sua dignidade.

Embora a perícia médica constate que Daniel ainda não está apto a retornar ao trabalho, o seu auxílio-doença é negado. Há conflitos nas métricas oficiais utilizadas pelo Estado, pois mesmo sabendo que está impossibilitado, ele precisa receber a ligação de um perito para que possa recorrer. Enquanto isso, sem dinheiro, tenta recorrer ao auxílio-desemprego, contudo, as políticas públicas se transformam em obstáculos opressores que o impedem de vencer essa luta.

Em tempos de reformas políticas rolando em terras tupiniquins, eis que me deparo com essa narrativa sufocante sobre como um sistema tão austero do Estado - recheado de formulários "bugados", atendimento telefônico ineficiente, entrevistas irritantes e filas intermináveis - pode trazer tanta desumanização. 



O longa é ambientado em Newcastle, mas o local onde a saga ocorre parece passar despercebido. O que marca mesmo é a nossa identificação com o sentimento de impotência diante da burocracia de uma máquina estatal falida e imprestável. Esse desgaste corrói como um ácido letal que, por vezes, pode nos levar às chamadas doenças do século: depressão, ansiedade, transtornos e até mesmo o suicídio.

Acompanhar Daniel na sua batalha é algo angustiante, de verdade! Já sem forças, ele conhece a jovem Katie - desempregada, com dois filhos para criar e que também não consegue apoio do Estado no seu auxílio-moradia. Essa relação é o fio condutor por onde, brilhantemente, o diretor nos revela o verdadeiro sentimento de humanidade, nobreza e solidariedade.



É impressionante como Ken Loach conseguiu transmitir tanta intensidade diante de um roteiro tão simples.

Com o passar dos anos, pouca coisa verdadeiramente me emociona no cinema mundial, mas lá pelas tantas, no final do filme, meus olhos já tinham suado por muitas vezes.

Daniel não queria ser tratado como um cachorro. Daniel não queria ser tratado como um indigente. Daniel queria apenas ser reconhecido como um cidadão.